CRISE ECONÔMICA E A POLÍTICA DE
PARCELAMENTO DE SALÁRIOS NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS
A crise política que assola o Brasil
esta fazendo com que vários estados e municípios atrasem os salários do
funcionalismo público. Infelizmente esta é a realidade de muitas cidades
brasileiras.
Mas será que o atraso de salários é
uma necessidade real ou apenas uma estratégica político-econômica visando
preparar os trabalhadores para mudanças ainda mais nefastas?
Como exemplo, cito a cidade de
Cachoeirinha.
Cachoeirinha é uma cidade do Rio
Grande do Sul localizada na região metropolitana de Porto Alegre.
Entre os 497 cidades gaúchas, o
município é o 12º maior PIB do estado, sendo o 6ª em arrecadação de impostos.
Só de ICMS a cidade arrecadou 90,217 milhões em 2015. Dados que demonstram que
a cidade é uma das mais ricas do estado gaúcho.
Por outro lado, a cidade é a 16ª em
habitantes, população que esta distribuída em apenas 43.766 km², número que faz
com que seja o 7º menor município em extensão no estado.
Para os padrões do Rio Grande do Sul,
Cachoeirinha é uma cidade muito pequena do ponto de vista geográfico, mas
gigante do ponto de vista econômico.
Mesmo assim, o prefeito da cidade,
sr. Vicente Pires do PSB, está atrasando o salários dos funcionários da cidade.
Alegação: falta de recursos.
Bom, vamos a outros dados.
Cachoeirinha possui apenas 22 escolas
de ensino fundamental, número muito abaixo da maioria das cidades gaúchas. O
município, assim como todos os outros que fazem parte da união, recebe verba
complementar federal originária do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo o site da Confederação
Nacional dos Municípios (disponível em: http://www.cnm.org.br/portal/images/stories/08012016_Valores_Fundeb_2016_RS.pdf) o valor destinado à educação no município é de 46.702.588,50 (entre
impostos e complementação). Valores que são destinados exclusivamente para a
área da educação.
E o prefeito Vicente Pires alega não
ter dinheiro para pagar o salário dos professores.
Não precisa ser um contabilista ou
economista para perceber que a conta não esta fechando.
Por isso, os cidadãos
cachoeirinhenses e os municipários da cidade estão convocando o prefeito
Vicente Pires a prestar contas do que está ocorrendo com os recursos do
município.
Entretanto, até agora a resposta do
prefeito tem sido o silêncio. Sequer recebendo os municipários em seu gabinete,
na verdade, proibiu a entrada dos representantes do sindicato de ingressarem
nas dependências da prefeitura.
Infelizmente esta não é uma realidade
exclusiva da cidade de Cachoeirinha. Já que centenas de municípios brasileiros
adotaram a mesma postura. Mas o que nenhum político que pratica tal
procedimento covarde faz é justificar para onde os recursos estão sendo
desviados.
Enquanto isso, o “presidente” Michel
Temer já apresenta propostas de mudança nas leis trabalhistas onde o aumento da
carga horária para 12 horas diárias é a primeira medida. Isso que a reforma
previdenciária ainda nem começou.
Até quando aguentaremos políticos
covardes e corruptos no comando de nossa nação? Ou alguém realmente acredita
que a retirada de Dilma Rousseff da presidência era para conter a
corrupção?
J.Mercúrio
Professor da Rede Municipal de Cachoeirinha. Na luta pra receber o salário.
Professor da Rede Municipal de Cachoeirinha. Na luta pra receber o salário.
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