REDE GLOBO E SUAS AFILIADAS: SARNEY, ACM,
COLLOR, BARBALHO, J.HAWILLA, ETC.
Dia desses um de meus alunos afirmou que Fernando Collor de Mello,
ex-presidente do Brasil e atual senador da república, era dono de uma série de
veículos de comunicação em Alagoas. Fui atrás de mais informações. E logo
constatei que não só esta informação era verdadeira, mas que a rede de
comunicações de Collor era afiliada da Rede Globo.
A partir daí entrei em alguns sites de várias afiliadas da Globo
espalhadas pelo país. Nesta pesquisa constatei que boa parte de seus donos eram
importantes empresários e políticos conservadores brasileiros. Muitos deles envolvidos
em casos nebulosos e outros em esquemas de corrupção.
São donos das afiliadas da Globo:
Milton Bezerra
Cabral empresário
paraibano em diversas áreas (laticínios, tecelagem e comércio) é o dono da TV Cabo Branco, foi prefeito de Campina
Grande, Paraíba, integrou alguns partidos conservadores de direita como ARENA
(partido de sustentação à ditadura), PDS e PFL (hoje PP e DEM respectivamente);
Fernando
Collor de Mello dono da Organização Arnon de Mello (empresa que leva o nome do fundador
e pai de Collor) grupo que controla, entre outras coisas, a TV Gazeta de Alagoas e várias rádios
localizadas neste estado. Collor iniciou a carreira política ao se eleger
prefeito de Maceió, em 1979, nesta época o político era membro da ARENA. Em
1989, a Globo fez uma grande campanha em favor de Collor quando da eleição
presidencial daquele ano. Três anos depois a mesma rede de TV apoiou sua
deposição. Mesmo assim, Collor e Globo continuam aliados em Alagoas, estado que
reelegeu Collor senador em 2014;
No Rio Grande do Sul, a família
Sirotsky é dona do Grupo RBS,
afiliada da Globo neste estado. Recentemente os Sirotskys venderam a RBS Santa
Catarina para um grupo de investidores. O grupo RBS é réu na Operação Zelotes
(ligada à Lava Jato), investigação que apontou uma dívida de mais R$672 milhões
com o governo federal. Ainda segundo esta investigação, o Grupo RBS é acusado
de ter pago 15 milhões de reais em propinas para que parte desta dívida (algo
em torno de 150 milhões) desaparecesse. A empresa nega apenas a tentativa de
suborno;
Albano Franco ex-governador, ex-senador e
ex-deputado federal de Sergipe. Foi membro da ARENA, PDS e PRN (na época em que
o partido elegeu Fernando Collor presidente do país). É dono da TV Sergipe, representante da Globo
neste estado;
José Hawilla dono da Traffic, réu confesso de uma série de
fraudes nos Estados Unidos onde foi condenado a devolver à justiça americana
151 milhões de dólares. No Brasil possui, entre outras empresas, quatro
retransmissoras da Rede Globo no interior de São Paulo. Hawilla também deteve
por muitos anos os direitos de transmissão de diversos eventos esportivos (Copa
Sulamericana, Libertadores, Copa do Brasil, etc.) hoje a Globo é dona dos
direitos destes torneios;
Antônio Carlos
Magalhães Filho, filho do ex-senador da república Antônio Carlos Magalhães
(também conhecido como ACM, ex-governador e ex-senador por UDN, PFL e DEM da
Bahia). Também é pai do atual senador brasileiro ACM Neto (DEM-BA). ACM Filho é
o presidente da Rede Bahia, do Jornal da Bahia e de várias rádios locais,
assim como da TV Bahia e da TV Sudoeste, todas afiliadas à Rede
Globo. Seu polêmico pai esteve envolvido em vários casos de corrupção e fraude que
forçaram sua renúncia ao senado em 2001, entretanto, ACM seria reeleito senador
nas eleições de 2002;
Edison Queiroz eminente empresário do
Ceará e dono do Sistema Verdes Mares de Comunicação (TV Verdes Mares entre outras) é pai de Edison Queiroz Filho
político que já fez parte das bancadas de PP e PMDB;
Fernando Sarney, filho do controverso senador
e ex-presidente do Brasil José Sarney (PMDB-AP). Fernando é o dono da TV Mirante, afiliada da Rede Globo no
Maranhão. É irmão de Roseana Sarney (PMDB-MA) ex-governadora do estado e
ex-senadora da república. Roseana é investigada por uma série de crimes fiscais
e por remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Seu pai e seu irmão, José
Sarney Filho, são investigados na Operação Lava Jato. Seus nomes foram citados
por Sérgio Machado em escutas telefônicas onde eram combinados repasses ilegais
de campanha aos dois, os valores superam os 2 milhões de reais;
Jader Barbalho (PSDB e PMDB-PA) foi
governador e também senador pelo Pará. Jader é sócio da TV Tapajós afiliada da Globo neste estado. Jader teve o mandato de
senador cassado em 2001 por quebra de decoro parlamentar. Em 2002 chegou a ser
preso pela Polícia Federal acusado de desvio de dinheiro público. Foi acusado
de desviar dinheiro da SUDAM, do Banpará e do INCRA. Seu filho Helder Barbalho (PMDB-PA) foi Ministro
da Secretaria Nacional dos Portos entre outubro de 2015 e abril de 2016, antes
já fora ministro da Pesca e Agricultura;
João Calisto
Lobo,
falecido em 2013, foi dono da TV
Alvorada (hoje Sistema Clube de Comunicação), foi um importante político da
UDN, depois da ARENA e, por fim, do PMDB no Piauí;
Agnelo Alves, falecido em 2015, foi
senador da república pelo PMDB-RN. Fundou a TV Cabugi (InterTV Cabugi). Hoje, o ministro do turismo do governo
Michel Temer, sr. Henrique Eduardo Alves
é o dono desta retransmissora da Globo. Alves e outros quatro deputados do PMDB
(Eduardo Cunha, Celso Pansera, Aníbal Alves e Edison Lobão) são investigado na Operação
Catilinárias (ligada à Lava Jato) por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Alves possui uma conta ilegal na Suíça com saldo de 800 mil francos suíços (2,8
milhões de reais);
Por esta pequena pesquisa podemos constatar que a maior parte dos
donos das afiliadas à Rede Globo são (ou foram) filiados à partidos de
sustentação ao governo de Michel Temer. Também podemos constatar que estiveram
nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, José Sarney e
Fernando Collor de Mello.
Partidos como PP e PMDB, do qual a maioria esteve ou está filiado,
são notórios por terem feito parte de todos os governos que passaram pelo país,
inclusive estando na base aliada que deu sustentação ao governo petista (ao
menos enquanto interessou, já que também foram favoráveis ao impeachment).
Já partidos extintos como ARENA e UDN são partidos
ultraconservadores de direita. Se a ARENA foi o partido de sustentação da
ditadura, a UDN foi um partido ligado aos grandes latifundiários brasileiros. A
UDN também apoiou o Golpe de Estado ocorrido em 1964. Hoje seus membros estão
filiados, em sua grande maioria, ao DEM e ao PP.
J.Mercúrio
Reticente.
Mas ainda acredita em justiça.
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