LEICESTER
CITY E O CAMPEONATO BRASILEIRO: QUANTOS CLUBES GRANDES SOBREVIVERÃO NO BRASIL?
Nesta semana o Leicester City tornou-se campeão inglês de
futebol. Um feito memorável que acredito logo-logo os ingleses tornarão filme.
O grande feito do pequeno Leicester foi desbancar milionários como Chelsea, Arsenal,
Liverpool e os dois Manchester’s (United e City), algo raríssimo de acontecer
nas terras da rainha.
No início da temporada, os analistas esportivos ingleses
apontavam seus favoritos e o Leicester estava lá... entre os candidatos ao
rebaixamento. Sem dúvida um grande feito para este pequeno clube.
Enquanto isso, o campeonato brasileiro de futebol está
prestes a iniciar. E, semelhantemente ao que aconteceu na Inglaterra, muitos
analistas esportivos já estão fazendo seus prognósticos. Já apontam quem são os
favoritos ao título, à libertadores e ao rebaixamento.
Particularmente, eu acho bastante estimulante imaginar
quem são os favoritos. Principalmente no Brasileirão, que ao contrário do caso inglês,
possui pelo menos dez times com chances de título.
Entretanto, acredito que o futuro deste equilíbrio está
comprometido.
Afinal, para questões que envolvam a lucratividade, um
torneio onde os prognósticos sejam tão imprevisíveis como o Campeonato
Brasileiro, tornam a transmissão de partidas e a divisão dos patrocínios
questões delicadas. Por esse motivo, como no caso inglês, quanto menos times
tiverem condições de serem campeões, melhor será de administrar e repartir os
lucros.
Assim, Rede Globo, CBF e seus parceiros (anunciantes e
patrocinadores) já decidiram que apenas cinco ou no máximo seis clubes podem
competir pelo título nacional.
Segundo os defensores deste modelo, o Campeonato
Brasileiro de Futebol se tornaria mais atrativo para o mercado internacional. Assim,
as cotas de TV para mercados como a China e o Japão seriam ampliadas, já que a
popularização de poucos clubes nestes mercados facilitaria sua audiência. Ou
seja, para ser lucrativo o Brasileirão não poderia ter tantos clubes nivelados.
Contudo, que critérios seriam adotados para a seleção dos
tais cinco ou seis clubes que continuariam como os grandes do futebol
brasileiro?
Infelizmente esta seleção já começou há algum tempo. E não
se trata de uma seleção natural, isto é, definida pela força ou os méritos de um clube
(títulos, importância histórica, sócios ou patrimônio).
A seleção “não natural” está sendo realizada de forma
arbitrária pelos “donos” do futebol brasileiro, isto é, Rede Globo, CBF e
parceiros.
E isso ocorre quando os “donos” do futebol brasileiro definem quem são
os clubes que recebem as maiores cotas. Na prática, estão definindo o grupo dos
clubes que desejam como os grandes do futebol brasileiro.
Afinal, como um clube que recebe da TV Globo um terço do valor que ganham Corinthians e Flamengo poderá ter chance de título na comparação com
esses dois? E a tendência é que esta diferença se amplie nos próximos anos.
Entretanto, não há nada de novo neste modelo, já que foi implantado
em outros países, como a Inglaterra, onde o título do Leicester foge
completamente da regra. E o Brasil caminha nesta mesma direção.
Será que seu time do coração estará entre os grandes?
Pense nisso. Afinal, pode existir alguma justiça em algo que Rede Globo e CBF decidam sozinhas?
Será que seu time do coração estará entre os grandes?
Pense nisso. Afinal, pode existir alguma justiça em algo que Rede Globo e CBF decidam sozinhas?
J.Mercúrio
Ex-colorado,
mas ainda um amante do futebol.
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